segunda-feira, 4 de março de 2013

Proposta de Experimento: Espontaneidades a-subjetivas: multiplicidades de existências em trânsito



Espontaneidades a-subjetivas: multiplicidades de existências em trânsito
Juliana Bom Tempo

Ângela Vieira da Silva
Fernando Hiromi Yonezawa



Queremos, junto ao pensamento de Moreno, problematizar a espontaneidade atrelada a uma unidade subjetiva: o sujeito, tendo em vista que, esta vinculação, privatiza e determina um coletivo de forças que são sempre relacionais e desubjetivantes, pois são também produzidas por conexões inumanas. Para isso, tomamos o conceito filosófico de multiplicidade da obra da Guattari e Deleuze, o qual nos possibilita pensar o múltiplo como substantivo, uma entidade plural que vale por si mesma e, assim sendo, não pretende uma unidade por vir, nem é resultado de uma totalidade estilhaçada. Desse modo, pensar o indivíduo enquanto multiplicidade é tomá-lo como um corpo sempre povoado por diferenças em relações de composição, pensando uma espontaneidade, no sentido que Moreno nos traz, como produção de diferenças e que já acontece no nível a-subjetivo e a-significante. Aliados a isso embasamo-nos numa concepção de arte implicada com a vida, conforme Artaud, o que torna bem-vinda a noção de crueldade enquanto um rigor que se processa no plano de abertura dos corpos aos apetites de vida. É pensando nessa espontaneidade, desestabilizadora do status quo, que queremos propor uma oficina com intuito de propiciar que o existir possa manter-se em trânsito, sensível às forças ativas, criadoras de novas formas de viver desviantes de valores morais e modelos de sucesso aprisionantes.
MÉTODO. Trabalharemos as tensões existentes entre teatralidade e performance, visando produzir pequenas violências nos modos de organização dos corpos e das relações enquanto papeis sociais, com vias a agenciar acontecimentos de espontaneidades; ou seja, espontaneidades a-subjetivas. Para isso, o trabalho se divide em quatro momentos.
1. ABRIR O CORPO. Trabalho corporal a partir de técnicas artísticas para abrir os corpos aos afetos e às conexões produzidas nesse encontro. 2. IMINENCIA. Momento em que conduzimos o trabalho em direção ao tema proposto, entrando gradualmente em outros modos de encontros e de afetos que queremos produzir. 3. INTEMPERE. Não acontece mais condução direta dos facilitadores, que se colocam à espreita para intensificar fluxos, acolher, acelerar e lentificar os acontecimentos presentes, momento de experimentação a partir dos encontros com forças que atravessam a proposta. 4. COMPARTILHAR. Momento de compartilhar a experimentação a partir do desejo dos presentes
MATERIAIS. Amplificador de som (caixa de som) com cabo para notebook. Uma sala ampla própria para trabalhos corporais. TEMPO. 03 horas de duração.


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