PERFORMANCE DE DANÇA DO SOPRO
Órfilo Rodrigues Fraga Júnior Filósofo
pela Faculdade Católica de Uberlândia. Mestre em filosofia pela Faculdade
Federal de Uberlândia. É coordenador do projeto “Trilhas Filosóficas” realizado pela “Clínica Trilhas AT”, onde
ministra cursos e promove grupos de estudos sobre autores e temas aos quais se
dedica. Há vários anos, realiza oficinas, apresentações e grupos de estudos da Dança do Sopro em Uberlândia.
SOBRE A DANÇA DO SOPRO
A Dança do Sopro é resultado de crises esquizo-convulsivas; crises do
corpo e do pensamento; crises dos limites e das fronteiras entre os corpos,
entre os pensamentos e entre o corpo e o pensamento. Rupturas-tremores;
elevações-quedas; sublimações-descargas; contenções-entregas.
Mas não é representação das
formas de crises, pois, é também resultado de enfrentamentos e superações, no
corpo e no pensamento, dos limites e fronteiras entre corpos, entre
pensamentos, entre corpo e pensamento. É a expressão “caosmótica” das forças
que se movimentam nas fronteiras, de um lado ao outro, de um lado e do outro,
tornando indiscerníveis os limites. Política esquizo-convulsiva que emerge dos
enfrentamentos e superações; máquina de guerra do não-formado, do não-formatado
e do “desenformado”.
É a afirmação ética e estética de
todos os seres de todos os corpos que habitam um corpo; é o devir caótico de
todos os pensamentos e formas de pensar que habitam um pensamento. Múltiplos
corpos se compondo sucessivamente, desordenadamente em formas fluidas,
liberados da forma fixa, una e totalizante. Múltiplos corpos se descompondo
para a irrupção das novas formas que se sucedem indefinidamente. Signos do
pensamento-acontecimento. “Poesia física no espaço”.
Seres fantásticos, caídos,
extintos, não-nascidos, angelicais, demoníacos, animalescos, humanos, pestilentos,
lamurientos, devotos, amaldiçoados, beatificados, sofredores, silenciosos,
sonoros, guturais, cantantes... São potências dos corpos que compõem um corpo;
são intensidades não-formadas que compõem o inconsciente; são forças
inconscientes que se movem no corpo e no pensamento, e que os movem.
Será possível deixá-los viver?
Será permitido deixá-los andar sobre a terra?
A experimentação constará de
exercícios de respiração que possibilitem o despertar de forças do corpo que
serão postas em movimentos físicos e sonoros compondo, em cada um dos
participantes, uma dança própria que dê vida aos seres fantásticos que trazem
em si.
Será realizada no prazo de 60
minutos, com uma performance de encerramento realizada pelo proponente.
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