FÁBULAS: Filosofar psicodramaticamente
Andréa Claudia de Souza
O objetivo deste trabalho é possibilitar
a liberdade de expressão, mapear os tipo de angústias do grupo, conhecer melhor
o grupo a partir do inconsciente grupal, discutir saídas saudáveis.
Contar
uma fábula ou qualquer estória deste tipo pode passar muitas vezes como estória infantil, mas é importante
lembrar o
intuito dos escritores, em especial
o dos filósofos. Afinal, quem pode criticar o presidente de nosso país com maior liberdade; o Jornal
Nacional ou a turma do Pânico? Quem fala mal da própria novela; a Ana Maria Braga ou o
Casseta e Planeta? Desde os primórdios do tempo o humor é a
forma de se criticar com menor resistência. Na Grécia e Roma antiga, tínhamos
os filósofos fazendo críticas em forma de fábulas, disfarçando sua fala para
que pudessem se expressar sem punições. Naquela época esperava-se ensinar com as fábulas uma nova forma de
olhar e pensar algumas situações, não é o caso do Psicodrama. O
Psicodrama com fábulas espera
criar este clima em que as
resistências sejam quebradas e o inconsciente e o co-inconsciente possam se manifestar com
tranquilidade e assim procurar novas possibilidades, mas não tenta impor uma
moral da história, não fecha nenhuma verdade. A história é co-construida em
grupo e trabalhada em todas as suas possibilidades.
Venho apresentando algumas fábulas de JEAN
DE LA FONTAINE com este efeito desencadeador de muitas angustias, individuais e grupais, e com a utilização das técnicas
psicodramáticas quando ampliam-se as saídas. Três histórias são as mais
utilizadas nesta oficina, não eliminando a possibilidade de percebermos no
aquecimento outras histórias mais pertinentes ao grupo.
1. AS ORELHAS DA LEBRE
2. O CONSELHO DOS CAMUNDONGOS
3. OS ANIMAIS E A PESTE
O final da história é
co-construido e após a criação de vários finais, dramatizamos uma das estórias
e dali surgem outras cenas mais reais. É parte do pressuposto teórico a
espontaneidade e dentro dela a adequação de respostas. O uso da fábula neste
caso deve estar a serviço de novas saídas, novas reflexões. Cada um deve pensar
nas diversas formas e momentos de se responder da forma mais saudável possível.
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